quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Resgate a Umbanda

Contar a história da UMBANDA é quase contar a história do Brasil, pois, assim como o povo brasileiro, ela integra em suas “veias” as VÁRIAS ETNIAS, as mesmas que construíram nossa cultura.
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Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá
com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer,
será chamado Filho de Deus. (Lucas 1:35)
Segundo José Henrique Motta de Oliveira Mestre em História Comparada – UFRJ/ PPGHC em seu artigo “Eis que o caboclo veio à Terra “anunciar” a Umbanda”
Mas de onde vem a Umbanda? Acredita-se que o vocábulo “umbanda” designasse,
entre os africanos, sacerdote que trabalha para a cura. Na macumba, o vocábulo “embanda”ou “umbanda” também designava o chefe do terreiro ou, simplesmente, sacerdote.
Nunca uma modalidade religiosa. O umbandista Matta e Silva relata no livro Umbanda e o Poder da mediunidade que o vocábulo “umbanda”, como bandeira religiosa, não aparece antes de 1904 (MATTA E SILVA, 1987, p. 13). Entretanto, no depoimento deste mesmo autor, encontra-se o registro de que, em 1935, conhecera um médium com 61 anos de idade, de nome de Nicanor, que praticava a Umbanda desde os 16 anos, ou seja, desde 1890, incorporando o Caboclo Cobra Coral.
Nos QUILOMBOS muitos índios se juntaram aos AFRICANOS para se protegerem da dominação do “homem branco”. Novamente mais um elemento se une a esta cultura em formação, pois a RELIGIOSIDADE AFRICANA é manifestada no CULTO À NATUREZA, o que não difere muito da RELIGIOSIDADE INDÍGENA. Além disso, o ÍNDIO conhece o território, bem como sua flora e fauna, sendo grande conhecedor da medicina natural. Tudo favoreceu mais um SINCRETISMO, porque o AFRICANO PRECISAVA CULTUAR A NATUREZA LOCAL COM ELEMENTOS LOCAIS que foram integrados através do índio. Agora SURGE UM CULTO À NATUREZA BRASILEIRA com rituais africanos. Já temos, então, as TRÊS RAÍZES ÉTNICAS do nosso povo integradas.
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Outro autor umbandista, Diamantino Trindade,reproduziu no livro Umbanda e Sua História parte de uma entrevista do jornalista Leal de Souza – publicada no Jornal de Umbanda, em Outubro de 1952 – na qual afirmava que o “precursor da Linha Branca fora o Caboclo Curuguçu que trabalhou até o advento do Caboclo das Sete Encruzilhadas” (TRINDADE, 1991, p. 56). O vocábulo “umbanda” vai ganhar status de religião quando o Caboclo das Sete Encruzilhadas manifestado no médium Zélio de Moraes, no dia 15 de novembro de 1908, “anuncia” o início de uma nova prática religiosa.
Este evento representa, hoje, para o Movimento Umbandista o marco fundador da religião, um divisor de águas entre a macumba – que era compreendida na época como “baixo-espiritismo” cuja prática nem sempre estava direcionada para fins elevados – e o “Espiritismo de Umbanda”, voltado para a prática do amor ao próximo
Misto de lenda e de realidade, a “anunciação” da Umbanda sofre algumas variações de narrador para narrador, mas a estrutura básica se mantém inalterada. Zélio de Moraes, aos 17 anos, começou apresentar alguns distúrbios os quais a família acreditou que fossem de ordem mental e encaminhou o rapaz para um hospital psiquiátrico. Dias depois, não encontrando os seus sintomas em nenhuma literatura médica, foi sugerida à família que lhe encaminhasse a um padre para um ritual de exorcismo. O padre, por sua vez, não conseguiu nenhum resultado.

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Tempos depois Zélio foi levado a uma benzedeira conhecida na região onde morava que lhe diagnosticou o dom da mediunidade e lhe recomendou que “trabalhasse” para a caridade.
Por sugestão de um amigo de seu pai, Zélio foi levado a Federação Espírita de Niterói,no dia 15 de novembro de 1908. Ao chegar à Federação foi convidado pelo dirigente daquela instituição a participar da sessão. Logo em seguida, contrariando as normas do culto, Zélio levantou-se dizendo que ali faltava uma flor. Foi até um jardim apanhou uma rosa branca e colocou-a no centro da mesa. A atitude do rapaz provocou uma estranha confusão no local: ele incorporou um espírito e simultaneamente diversos médiuns apresentaram incorporações de caboclos e preto-velhos. Advertido pelo dirigente do trabalho, a entidade incorporada no rapaz perguntou por que era proibida a presença daqueles espíritos.
Outro médium, que tinha o dom da vidência, quis saber da entidade o porquê dela falar daquele modopois via que era um padre jesuíta e lhe perguntou o nome.
A resposta foi:
(…) se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã
estarei na casa deste aparelho, para dar início a um culto em que estes pretos e índios
poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes
confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que
deve existir entre todos os irmãos encarnados e desencarnados. E se querem saber
meu nome que seja Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos
fechados para mim. (GUIMARÃES e GARCIA, 2002, não paginado)


O dia seguinte, no bairro de Neves – município de São Gonçalo, região metropolitana Espírita,parentes, amigos, vizinhos e do lado de fora uma multidão de desconhecidos.
Às 20 horas, o caboclo se manifestou no corpo de Zélio de Moraes e disse que naquele momento iniciava-se um novo culto, no qual os espíritos de africanos e de índios poderiam trabalhar em benefício de seus irmãos encarnados e disse, também, que a nova religião se chamaria Umbanda. O grupo fundado pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas recebeu o nome de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, porque “assim como Maria acolhe em seus braços o Filho, a Tenda acolheria aos que a ela recorrerem nas horas de aflição” (TRINDADE, 1991, p. 62)
   
   
15 de novembro de 1908 – Zélio de Moraes, então com dezessete anos, mediunizado com uma entidade que deu o nome de Caboclo das Sete Encruzilhadas, funda, em Neves, subúrbio de Niterói, o primeiro terreiro de Umbanda. Usa pelo primeira vez o vocábulo Umbanda, e define o movimento religioso como: “Uma manifestação do espírito para a caridade”.
Novembro de 1918 – O Caboclo das Sete Encruzilhadas dá início à fundação de sete Tendas de Umbanda. Todas as Tendas foram fundadas no Rio de Janeiro.
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Ano de 1920 – A Umbanda espalha-se pelos Estados de São Paulo, Pará e Minas Gerais. Em 1926 chega ao Rio Grande do Sul e em 1932 em Porto Alegre.
O advento do Caboclo Mirim – Em 1924, manifestou-se no Rio de Janeiro, em um jovem médium, Benjamim Figueiredo, uma entidade, Caboclo Mirim, que vinha com a finalidade de criar um novo núcleo de crescimento para a Umbanda. Assim, toda a família do médium foi chamada a participar. Eram ao todo 12 pessoas que deram início ao que foi chamada a Seara de Mirim. Após 18 anos, em 1942, foi fundada a Tenda Mirim, à rua Sotero dos Reis, 101, Praça da Bandeira; mudou – se, posteriormente, para a rua São Pedro e depois para a Rua Ceará, hoje Avenida Marechal Rondon, 597. Também desta Tenda saíram vários médiuns que se responsabilizaram pela criação de Tendas de Umbanda ao longo de todo território nacional. A primeira casa dela descendente foi criada, em 30/06/51, como filial, em Queimados, Nova Iguaçu, à rua Alegre, s/n. Depois desta, novas casas foram abertas em Austin, Realengo, Colégio, Jacarepaguá, Itaboraí e Petrópolis. A primeira casa, descendente do Caboclo Mirim, aberta fora do Rio de Janeiro foi a de Assaí, no Paraná. Até 1970, já tinham sido abertas 32 casas.
Ano de 1939 – Os Templos fundados pelo Caboclo das Sete encruzilhadas reuniram-se, criando a federação Espírita de Umbanda do Brasil, posteriormente denominada União Espiritualista de Umbanda do Brasil, incorporando dezenas de outros terreiros fundados por inspiração de “entidades” de Umbanda que trabalhavam ativamente no astral sob a orientação do fundador da Umbanda.
Outubro de 1941 – Reúne-se o Primeiro Congresso de Espiritismo de Umbanda. Outros Congressos havido posteriormente retiraram acertadamente o nome Espiritismo que, de fato, pertence aos espíritas brasileiros, os quais seguem a respeitável doutrina codificada por Alan Kardec. Em suma, o Espírita pratica o Espiritismo; na Umbanda pratica-se o Umbandismo.
Neste Congresso foi apresentada tese pela Tenda S. Jerônimo, propondo a descriminalização da prática dos rituais de Umbanda. O autor, Dr. Jayme Madruga, a par de um minucioso estudo de todas as constituições já colocadas em vigência no Brasil, busca também em projetos como o da Constituição Farroupilha e nos códigos penais até então vigentes e no que haveria de vigorar após 01 de janeiro de 1942, os argumentos mostrando que o caminho da Umbanda começava a ser aberto e que caberia aos Umbandistas buscar acelerar o processo com declarações e resoluções partindo daquele congresso, em prol da descriminalização da prática da Umbanda. Em 1944, vários umbandistas ilustres, entre eles vários militares, políticos, intelectuais e jornalistas, apresentam ao então Presidente Getúlio Vargas um documento intitulado “O Culto da Umbanda em Face da Lei” e consegue daquela autoridade a descriminalização da Umbanda. Este fato, que foi extremamente positivo, trouxe como subproduto uma perda de identidade muito grande Por parte de nossa religião, uma vez que todos terreiros, das mais variadas seitas, incluíram em seus nomes a palavra Umbanda como forma de fugir à repressão policial. Como nossa religião, nessa época, não tinha um rito claramente definido e nem a formação de sacerdotes, o que gera uma hierarquia, a Umbanda ficou à mercê dessa deturpação; outro fato que fortaleceu essa descaracterização foi que, sendo um período de crescimento, não se buscava a qualidade dos Terreiros que se filiavam à Federação, ou à União que lhe sucedeu, e, finalmente, ao CONDU.
Foi criado em 12 de setembro de 1971, na cidade do Rio de Janeiro, o Conselho Nacional Deliberativo de Umbanda – CONDU, que congrega as Federações de Umbanda existentes ao longo do país, atualmente, contando com mais de 46 Federações, de norte a sul do país, reunindo representantes de mais de 40.000 Terreiros de Umbanda. “
Em 1972, em mensagem psicografada por Omolubá, enviada pelo poeta Ângelo de Lys, confirma-se a origem da Umbanda no Brasil, através do médium Zélio de Moraes.
Em 1977, o CONDU reconhece, publicamente, como verdadeira a origem da Umbanda no Brasil.
Novembro de 1978 – Surge o livro “Fundamentos de Umbanda, Revelação Religiosa”, de Israel Cisneiros e Omolubá, que vem colocar nos seus devidos lugares a questão da origem da Umbanda. – portador de mensagens do astral, trazendo, por fim, após 70 anos de existência da Umbanda, as bases teológicas e norteadoras da doutrina umbandista, com fundamentos integrais da nova religião e sua verdadeira origem. O livro expõe a estrutura básica do movimento religioso, no sentido de elevar a Umbanda à justa posição de RELIGIÃO eminentemente brasileira.
Neste momento, que podemos definir como sendo o início desse novo período; assume-se a Umbanda como religião brasileira e através desse livro começa o primeiro movimento consistente para dar a ela uma base teológica. Após este primeiro livro, seguir-se-ão outros, de Omolubá, em especial os “Cadernos de Umbanda”, que incontestavelmente dão continuidade ao movimento de consolidação do ritual de Umbanda e, mais ainda, a criação de uma hierarquia, baseada na formação sacerdotal, fundamental para a manutenção das bases ritualísticas e conceituais apresentadas na primeira obra: Fundamentos de Umbanda.
Decorridos setenta anos de existência da Umbanda no Brasil, compreendidos entre 1908 / 1978, passou este curto espaço de tempo, porém significativo, a ser conhecido entre os estudiosos da causa como Período – Propagação da única e genuína força de credo, nascido neste século, em terras brasileiras.
Certamente que Zélio de Moraes, famoso médium já desencarnado, não iria supor que passadas menos de seis décadas, aquela crença, nascida no modesto bairro de Neves, fosse classificada, entre as religiões existentes, como a segunda do país, comportando mais de vinte milhões de seguidores, num crescendo espantoso de fiéis, apesar das perseguições policiais a que foi submetida, das intrigas da religião majoritária, além do completo descaso de todos os governos até a data atual, mesmo tratando-se de uma preferência natural, espontânea, de mais de um sexto da população. Hoje, o movimento mágico e religioso da Umbanda estende-se por todo o Brasil, professado como pobreza e humildade, sem proselitismo, sem explorações na magra bolsa do povo, sem dízimo compulsórios, mistérios mistificantes e regular envio a “royalties da fé” para o exterior.
Embora a Umbanda se apresente, muitas vezes, uma tanto desfigurada, com nuanças religiosas, reconhecemos que isso decorre desse período-propagação, no afã de conquistar almas, ainda que respeitando ambientes regionais. E nunca deixou, através das verdadeiras guias, de oferecer amparo prático, ajuda, orientação e, sobretudo, de inspirar o desejo de reascendimento dos corações que dela se socorrem, apontando sempre a eterna chama da esperança de dias melhores, calcados, naturalmente, na ação correta de cada instante, na cordura, no companheirismo e na fraternidade.
Os mentores da Umbanda, sediados na Aruanda (cidade localizada no plano astral), já determinaram sabiamente o procedimento normativo, religioso para os setenta anos vindouros, 1979/2049, como sendo o período de Afirmação Doutrinária. Obviamente, a doutrina de Umbanda ficará como ponto essencial para a estabilidade e perpetuação desse movimento, na forma digna, ensejada pelo estudo constante, a par do esforço sincero de cada devoto, no sentido de conduzir a Umbanda, no plano físico, a um merecido status de religião organizada, a serviço da comunidade religiosa nacional.
No imenso campo místico da nossa Terra, onde proliferam, abundantemente, conceituações religiosas diversas, algumas das quais exóticas, cheias de superstições, interpretações confusas e duvidosas, mercantilismo, fanatismo, mistificações, “curas divinas” e desonesto profissionalismo pastoral, a Umbanda, sobranceira, erguerá seu edifício religioso, tendo como obreiros da primeira e da undécima hora, devotos excepcionais, médiuns sinceros, babalorixás e ialorixás honestos que, há muito, já assumiram posição na hierarquia de responsabilidade e trabalho, cônscios de que a quantidade será relegada a segundo plano, em proveito da qualidade, e convictos de que, em matéria doutrinária, não pode nem deve haver transigências oportunistas, confirmando-se, desse modo, que “Umbanda é coisa séria para gente séria”.
Umbanda, sendo a única religião criada no Brasil, não pode ser dividida. Quem tiver esta pretensão cairá no ridículo. A nossa religião deve ser tratada com todo carinho, amor, serenidade e estudo, sobretudo com a renovação de caráter dos que a professam para que a mesma possa espelhar a grandeza de sua doutrina.
A Umbanda se sente desmerecida com o tratamento que lhe dispensam boa parte de terreiros onde se vê:
• mais animismo do que mediunísmo;
• mais interesses cúpidos do que magias;
• mais deslealdades do que autenticidades;
• mais personalismo do que espiritismo.
O sacrifício de animais (oferenda de sangue) nunca foi, não é e nem será ritual de Umbanda.
• Não cobrar,
• não matar,
• usar o branco,
• evangelizar
• e utilizar as forças da natureza são rituais de Umbanda.
Portanto, podemos afirmar que a Umbanda é produto da evolução espiritual ou religiosa.
Suas origens estão contidas nas filosofias orientais, fonte inicial de todos os cultos do mundo civilizado, que implantada em nossa terra, reuniu-se as práticas dos conceitos e crenças do índio, branco e negro.
Cavalcante Bandeira reporta-se aos mestres do idioma africano, citando o vocábulo umbanda como:
• “Arte de curar”,
• “Magia”,
• “Faculdade de curar por meio da medicina natural ou sobrenatural”;
• ou ainda “Os sortilégios que, segundo se presume, estabelecem e determinam a ligação entre os espíritos e o mundo físico”.
O vocábulo “Umbanda” só pode ser identificado dentro das qualificadas línguas mortas.
Todavia, entre os angolenses existe o termo “Quimbanda”, que significa “sacerdote, invocador de espíritos”, firmado no radical mbanda , conservado através de milênios, legado de tradição oral da raça africana, o qual é uma corruptela do original u-banda ou aum-bandhã.
“Toda essa complexa Mistura, que o leigo chama de macumba, baixo espiritismo, magia negra, envolvendo práticas fetichistas e barulhentas… era a situação existente, quando surgiu um vigoroso movimento de luz, ordenado pelo astral superior, feito pelos espíritos que se apresentavam como Caboclos, Pretos Velhos e Crianças. Surgiram práticas as mais confusas e desordenadas, envolvendo oferendas com sacrifício de animais, sangue, etc., e por isso tudo fez-se imprescindível um novo movimento dentro desses cultos ou de sua massa de adeptos, feito pelos espíritos carminantes afins a essa massa e pelos que, dentro de afinidades mais elevadas, se aplicam no amor e na renúncia em prol da evolução de seus semelhantes, o qual foi lançado através da mediunidade de uns e outros pelos Caboclos e Pretos Velhos, com o nome de Umbanda. O termo umbanda que eles implantaram no meio para servir de bandeira a essa poderosa corrente (ensinaram que) é um termo litúrgico, sagrado, vibrado, que significa, num sentido mais profundo, o conjunto das leis de Deus”.
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” Esta magnífica obra de Wilson T. Rivas (Mestre Ytaçuan), discípulo do já lendário Grande Mestre W. W. da Matta e Silva, traz as sapientíssimas mensagens do mentor espiritual que é conhecida na umbanda como Caboclo Sr. 7 Flechas. Através da psicografia, Mestre Ytaçuan nos oferece sutilíssimas gotas da ancestral sabedoria da umbanda, traduzidas em mensagens de profundo conteúdo que servirão ao leitor como alento nas horas difíceis ou de reflexão. Estas gotas transformam-se em profundo e vasto oceano de conhecimentos, onde se escondem, entre outros tesouros, os mistérios da simplicidade, da humildade e da pureza. “
A Umbanda é um “movimento mágico religioso“, genuinamente brasileiro, e a sua finalidade primordial como religião é a de despertar anseios de espiritualidade na criatura humana. Para que esse despertamento se faça, torna-se necessário um permanente estado de religiosidade, onde toda vivência é baseada na compreensão e plena sensibilidade (não sentimentalismo), para com tudo e todos que nos cercam e compõem a humanidade.
A Umbanda é uma doutrina espiritualista como o Espiritismo, o Catolicismo, o Esoterismo, etc… o que não impede de haver entre elas diferenças essenciais que lhe dão características próprias. É resultante natural da fusão espiritual das raças branca, índia e negra.
Sua lei principal é resumida numa só palavra: CARIDADE – no sentido do amor fraterno em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social, não podendo haver ambicioso, vaidoso, mistificadores, pois estes, mais cedo ou mais tarde, são afastados da Umbanda pelos espíritos de luz.

Em 1935 estavam fundados os sete templos idealizados pelo caboclo das Sete Encruzilhadas, coroando de êxito o que nos parece ter sido um dos movimentos, entre outros semelhantes e não registrados, mais importantes da criação da Umbanda no Brasil.
Zélio desencarnou em outubro de 1975, aos 84 anos de idade. De seu trabalho resultou a Umbanda de hoje, que abrange cerca de 30 milhões de adeptos, segundo estimativas apresentadas no 2º Festival Mundial de Artes Negras, realizado em Lagos, na Nigéria, pelo professor René Ribeiro, da Universidade Federal de Pernambuco, que demonstrou que a Umbanda era a religião que mais crescia no Brasil. O professor Ribeiro baseou-se em dados do IBGE.
Escute as lembranças do início da Umbanda contada pelo próprio Zélio de Moraes
Neste site estamos difundindo a história da Umbanda em sua raiz. E ela está, sem nenhuma dúvida, desde sua fundação, calcada no nome de Zélio de Moraes. Muitas pesquisas foram feitas e todas convergem para uma só: a Umbanda é brasileira, e nela está implantada a sabedoria mística do índio brasileiro e do negro africano.
Quem conta?
O próprio Zélio de Moraes, com sua voz e sua lembrança.
Como conseguimos?
O Marcírio, ogam da Tenda N.S. da Piedade, a primeira no Brasil e que era dirigida pelo Zélio de Moraes, nos fez chegar uma fita gravada pela sra. Lilian Ribeiro, presidente da TULEF – Tenda de Umbanda Luz, Esperança, Fraternidade, e gentilmente cedida pela sra. Zilméia de Moraes da Cunha, que junto com sua irmã Zélia de Moraes Lacerda, recentemente desencarnada, continuaram a obra de seu pai.
Às queridas irmãs Zélia e Zilméia, e D. Lilian de Ribeiro, a Umbanda lhes agradece esta oportunidade e a permissão da divulgação deste fita no site do Terreiro Pai Maneco localizado em Curitiba/PR
fonte:  http://raizculturablog.wordpress.com/2008/03/02/resgate-a-umbanda/

Prática de cura na umbanda aproxima freqüentadores da religião




 Na umbanda, os rituais de “prática de cura”, mais do que indicar o estado de doença ou saúde de uma pessoa, aproximam o freqüentador da religião. Durante três anos, o psicólogo Alexandre Mantovani visitou um tradicional terreiro de umbanda na cidade de Ribeirão Preto para analisar estas práticas e constatou que as concepções de saúde e doença não são as mesmas da medicina. “Elas estão mais ligadas à compreensão do ser humano a respeito do mundo e não obrigatoriamente ao seu estado físico”, conta.

De acordo com o psicólogo, as “práticas de cura” apresentam uma função de inserção comunitária, já que, na umbanda, classificar uma pessoa como saudável ou doente implica em reconhecer seu grau de proximidade com a religião. “Ser doente e ser saudável são formas de olhar a pessoa como sendo mais ou menos religioso”.

Ao todo, Mantovani fez 65 visitas à Tenda de Umbanda do Pai Joaquim do Congo e Ogum Guerreiro onde colheu subsídios para seu estudo A construção social da cura em cultos umbandistas: estudo de caso em um terreiro de umbanda da cidade de Ribeirão Preto - SP, apresentado na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCLRP) da USP em Ribeirão Preto. A pesquisa lhe permitiu observar, por exemplo, que para os seguidores da umbanda a doença não apresenta sempre um sintoma físico, mas é concebida como fruto de alguma força ou ação negativa produzida por um espírito ou pela própria pessoa. “Eles acreditam que isso pode ser por pensamentos, sentimentos ou emoções, como inveja, ódio ou cobiça, que possam atrair espíritos malfazejos”, descreve.

Além das visitas, Mantovani chegou a participar de cultos e, mesmo sem apresentar nenhum sintoma físico de doença, foi submetido a um tratamento espiritual. “Antes, quando era um estranho, eu era considerado 'doente'. Depois de estar inserido na lógica da religião passei a ser visto como uma pessoa 'saudável'”, explica.
Fonte:  http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/pratica_de_cura_na_umbanda_aproxima_frequentadores_da_religiao.html

segunda-feira, 28 de novembro de 2011


Os encantados não são espíritos desencarnados; são pessoas, ou até animais, que viveram mas não chegaram a morrer, sofreram antes a experiência do encantamento e foram morar no invisível. De vez em quando saem de lá, pegam carona na asa do vento e vêm à terra, no corpo dos iniciados, para dançar, dar conselhos, curar doenças, jogar conversa fora e matar as saudades do povo que continua por aqui.

Descem pela Croa* (cabeça) cada um com seu respectivo gênio, com sua formalidade. Dividios em famílias, que entre as quais são classificadas desta forma:

1. Família do Lençol: O nome é uma referência à Praia do Lençol, onde se acredita teria vindo parar o navio do Rei Dom Sebastião, desaparecido na Batalha de Alcacequibir. É uma família de reis e fidalgos, denominados encantados gentis. Dona Jarina é a princesa encantada do Lençol que dá nome a vários terreiros de mina, como por exemplo a Casa das Minas de Tóia Jarina em São Paulo. Seus principais componentes são:
a) Os Reis e Rainhas: Dom Sebastião, Dom Luís, Dom Manoel, Dom José Floriano, Dom João Rei das Minas, Dom João Soeira, Dom Henrique, Dom Carlos, Rainha Bárbara Soeira;
b) Os Príncipes e Princesas: Príncipe Orias, João Príncipe de Oliveira, José Príncipe de Oliveira, Príncipe Alterado, Príncipe Gelim, Tói Zezinho de Maramadã, Boço Lauro das Mercês, Tóia Jarina, Princesa Flora, Princesa Luzia, Princesa Rosinha, Menina do Caidô, Moça Fina de Otá, Princesa Oruana, Princesa Clara, Dona Maria Antônia, Princesa Linda do Mar, Princesa Barra do Dia;
c) Os Nobres: Duque Marquês de Pombal, Ricardinho Rei do Mar, Barão de Guaré, Barão de Anapoli. As cores da família são azul e branco para os encantados femininos e vermelho para os encantados masculinos.

2. Família da Turquia: Chefiada pelo Pai Turquia, rei mouro que teria lutado contra os cristãos. Vindos de terras distantes, chegaram através do mar e têm origem nobre. Seus principais componentes são: Mãe Douro, Mariana, Guerreiro de Alexandria, Menino de Léria, Sereno, Japetequara, Tabajara, Itacolomi, Tapindaré, Jaguarema, Herundina, Balanço, Ubirajara, Maresia, Mariano, Guapindaia, Mensageiro de Roma, João da Cruz, João de Leme, Menino do Morro, Juracema, Candeias, Sentinela, Caboclo da Ilha, Flecheiro, Ubiratã, Caboclinho, Aquilital, Cigano, Rosário, Princesa Floripes, Jururema, Caboclo do Tumé, Camarão, Guapindaí-Açu, Júpiter, Morro de Areia, Ribamar, Rochedo, Rosarinho. São encantados guerreiros e sua cantigas falam de guerra e batalhas no mar. Dizem que nasceram das ondas do mar. Alguns dos encantados turcos têm nomes que lembram postos de guerra ou de marinheiro, outros, nomes indígenas. Algumas dessas entidades, como na Família do Lençol, estão ligadas às narrativas míticas das Cruzadas e das guerras de Carlos Magno, muito presentes na cultura popular maranhense. São suas cores: verde, amarelo e vermelho.

3. Família da Bandeira: Família de guerreiros, caçadorese e pescadores chefiada por João da Mata Rei da Bandeira, tendo como componentes Caboclo Ita, Tombacé, Serraria, Princesa Iracema, Princesa Linda, Petioé, Senhora Dantã, Dandarino, Caboclo do Munir, Espadinha, Araúna, Pirinã, Esperancinha, Caboclo Maroto, Caçará, Indaê, Araçaji, Olho d’Água, Espadinha, Jandaína, Abitaquara, Jondiá, Longuinho, Vigonomé, Rica Prenda, Princesa Luzia, Princesa Linda, Tucuruçá, Beija-Flor, Jatiçara, Pindorama. São encantados nobres e mestiços. Suas cores: verde, branco, amarelo e vermelho.

4. Família da Gama: São encantados nobres e orgulhosos. Seu símbolo é uma balança. São os encantados: Dom Miguel da Gama, Rainha Anadiê, Baliza da Gama, Boço Sanatiel, Boço da Escama Dourada, Boço do Capim Limão, Gabriel da Gama, Rafael da Gama, Jadiel, Isadiel, Isaquiel, Dona Idina, Dona Olga da Gama, Dona Tatiana, Dona Anástácia. Cores: vermelho e branco.

5. Família de Codó ou da Mata de Codó: Município do interior do Maranhão, Codó é um importante centro de encantaria do tambor-de-mina. Seus caboclos, em geral negros, têm como líder Légua-Boji. Segundo Mundicarmo Ferretti, “são entidades caboclas menos civilizadas e menos nobres, que vivem, geralmente, em lugares afastados das grandes cidades e pouco conhecidos e que costumam vir beirando o mar ou igarapés.” São eles: Zé Raimundo Boji Buá Sucena Trindade, Joana Gunça, Maria de Légua, Oscar de Légua, Teresa de Légua, Francisquinho da Cruz Vermelha, Zé de Légua, Dorinha Boji Buá, Antônio de Légua, Aderaldo Boji Buá, Expedito de Légua, Lourenço de Légua, Aleixo Boji Buá, Zeferina de Légua, Pequenininho, Manezinho Buá, Zulmira de Légua, Mearim, Folha Seca, Maria Rosa, Caboclinho, João de Légua, Joaquinzinho de Légua, Pedrinho de Légua, Dona Maria José, Coli Maneiro, Martinho, Miguelzinho Buá, Ademar. Cores: mariscado de Nanã, marrom, verde e vermelho.

6. Família da Baia: São os caboclos baianos também popularizados através da umbanda, mas o tambor-de-mina não os reconhece como originários do Estado da Bahia, mas de uma baia no sentido de acidente geográfico ou de um lugar desconhecido existente no mundo invisível. São eles: Xica Baiana, Baiano Grande Constantino Chapéu de Couro, Mané Baiano, Rita de Cássia, Corisco, Maria do Balaio, Zeferino, Silvino, Baianinho, Zefa e Zé Moreno. Brincalhões e muito falantes, os baianos mostram-se sensuais e sedutores, às vezes inconvenintes. Cores: verde, amarelo, vermelho e marrom.

7. Família de Surrupira: Família de caboclos selvagens, como índios. Feiticeiros e “quebradores de demanda”: Vó Surrupira, Índio Velho, Surrupirinha do Gangá, Marzagão, Trucoeira, Mata Zombana, Tucumã, Tananga, Caboclo Nagoriganga, Zimbaruê.

8. Outras famílias de encantados: Família do Juncal, de origem austríaca; Família dos Botos; Família dos Marinheiros, cujo emblema é uma âncora e um tubarão; Família das Caravelas, que são peixes do oceano e não devem ser confundidos com a embarcação; Família da Mata, à qual pertencem muitos caboclos cultuados também na umbanda, como Caboclo Pena Branca, Cabocla Jacira, Cabocla Jussara, Sultão das Matas, Caboclinho da Mata, Caboclo Zuri e Cabocla Guaraciara.
fonte: http://acaluz1.blogspot.com/2010/09/familia-real-dos-encantados.html

TAMBOR DE MINA

A origem do nome vem da importância que o instrumento – Tambor - tem nos rituais afro-brasileiros e da denominação dada aos escravos africanos trazidos da costa leste do Castelo de São Jorge da Mina (onde atualmente encontramos a Republica de Gana), Togo, Benin e Nigéria, que também eram conhecidos como mina-jejes e mina-nagôs.

Essa religião é voltada para a ancestralidade, sendo iniciática e de transe ou possessão.

Nas doutrinas mais tradicionais, a iniciação é demorada, com discrição no recinto dos terreiros e não havendo cerimônias públicas. Poucos integrantes recebem os graus elevados ou iniciação completa. Em alguns recintos sagrados do culto somente os mais graduados podem penetrar. O transe, durante os cultos, é percebível às vezes, apenas por pequenos detalhes das vestimentas dos médiuns.

A discrição existente tanto no comportamento quanto no transe é uma característica marcante no Tambor de Mina, o que leva muitos considerarem como a “maçonaria dos negros”.

Em muitas casas, no inicio do transe, a entidade dá muitas voltas ao redor de si mesmo, no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, talvez para firmar o transe, numa dança de bonito efeito visual. Normalmente quando o médium entra em transe recebe um símbolo, como uma toalha branca amarrada na cintura ou um lenço, denominado pana, enrolado na mão ou no braço.

Existem dois modelos principais de Tambor de mina no Maranhão: mina jêje e mina nagô.

O primeiro parece ser o mais antigo e se estabeleceu em torno da Casa grande das Minas Jêje, não possui casas que lhe sejam filiadas, daí porque nenhuma outra siga completamente seu estilo. Nesta casa os cânticos são em língua jeje (Ewê-Fon) e só se recebem divindades denominadas de voduns, mas apesar dela não ter casas filiadas, o modelo do culto do Tambor de Mina é grandemente influenciado pela Casa das Minas.

Os voduns da Casa das Minas, de quem se conhecem os nomes de aproximadamente sessenta, agrupam-se em três famílias principais e duas que são hóspedes da casa, a saber: a família real de Davice, a que pertence o vodum dono da casa, Zomadônu e outros, que como ele são relacionados com a família real do Daomé, como: Dadarrô, Docú, Bedigá, Sepazin, Agongônu, Toçá, Tocé, Jogorobossú; a família de Quevioçô (dos voduns chamados nagôs), como Badé, Sobô, Lôco, Liçá, Averequête, Abê e outros; a família de Dambirá (que cura a peste e outras doenças), chefiada por Acossi Sakpatá e que incluí entre outros Azíli, Azônce, Polibojí, Lepon, Alôgue, Ewá, Bôça e Boçucó. Existem ainda voduns agrupados na família de Aladanu, hóspedes de Quevioçô, como Ajaúto e Avrejó e da família de Savaluno, hóspede de Zomadônu, como Agongonu e Jotim. Cada família ocupa uma parte específica da casa e tem cânticos, comportamentos e atividades próprias. Na Casa das Minas as vodunsis só recebem um vodum e só dançam quando estão com ele. Durante o transe os voduns não comem, não bebem, não satisfazem necessidades fisiológicas, cantam e dançam com os olhos abertos, conversam entre si e com devotos, dão conselhos e alguns gostam de fumar.

Na mina-jeje os toques são realizados por três tambores com couro numa só boca (hum, humpli e gumpli), batidos com a mão e com aguidaví. São também acompanhados pelo ferro (gã) e por cabaças pequenas revestidas de contas coloridas. Nas festas as vodunsis em transe, usam saias lisas na mesma cor ou estampada, blusa branca rendada, toalha branca bordada amarrada no seio ou na cintura, guias e rosários de miçangas pequenas coloridas em que predominam o marrom (gonjeva), carregam na mão um lenço branco pequeno e usam sandália. Algumas usam símbolo do seu vodum, como bengala, rebenque, guizos, lenço colorido no ombro e cabelos soltos.

Já o mina-nagô, que é quase contemporâneo e que também continua até hoje é o da Casa de Nagô, localizada no mesmo bairro (São Pantaleão) a uma quadra de distância.

Na Casa de Nagô as vestimentas são semelhantes as da mina-jeje, bem como características gerais da iniciação e de discrição no culto. Nos toques canta-se em nagô para voduns jejes (Doçu, Averequete, Ewá, Nanaburuku, Légo Xapanã) e orixás nagôs (Ogum, Xangô, Badé, Lôco, Iemanjá) e em português para as entidades gentis e caboclos (Dom Luís, Dom João, Dom Sebastião, Tio Zezinho; Rei da Turquia, Caboclo Velho, Princesa D’ Oro, Guerreiro, Mariana, Manuelzinho, João da Mata e muitos outros).

Nas demais casas de tambor de mina do Maranhão, difundiu-se o modelo da Casa de Nagô. Cultuam-se voduns, orixás e caboclos. Cantam-se em nagô e também em português. As vodunsis recebem um ou dois voduns principais e vários caboclos. Os toques são sobre dois tambores (abatás) com couro nas duas bocas, deitados sobre cavaletes, acompanhados pelo ferro, uma cabaça grande e várias pequenas.

No Tambor de Mina quase 90 por cento dos participantes do culto são do sexo feminino, sendo assim pode-se perceber que existe um matriarcado nesta religião. Os homens desempenham a função de tocadores de tambores ou abatazeiros, e algumas atividades como o sacrifício de animais e do transporte de certas obrigações.

fonte: http://www.girasdeumbanda.com.br/tambordemina.asp

Umbanda Fest celebra diversidad

Tomada pelo público, a sexta edição do Umbanda Fest, realizada ontem no Teatro Municipal de Bauru, reforçou a celebração à diversidade religiosa e cultural brasileira. Avaliado desde 2008 como o maior festival alusivo à cultura afro-brasileira no País – conforme título concedido pelo Ministério da Cultura – o evento, neste ano, adotou o tema “Um canto pela paz”, como forma de estimular a tolerância entre os vários tipos de fé religiosa.

Para tanto, contou com a participação não apenas de grupos umbandistas, mas também católicos, espíritas, evangélicos e budistas. “Esta é uma novidade no festival. Abrimos este espaço para que todos possam deixar sua mensagem de paz, não importa de que maneira. O que vale é o respeito e a valorização desta diversidade”, destaca Ricardo Barreira, fundador do Instituto Sócio Cultural Umbanda, entidade realizadora da festa.

Além de abraçar todas as manifestações de fé, o evento, mais uma vez, assumiu seu papel socialmente responsável. Com entrada gratuita, o festival estimava arrecadar cerca de uma tonelada de alimentos, doados de forma voluntária pelos espectadores para serem destinados a entidades assistenciais da cidade.

No palco, a batida dos atabaques acompanhou as vozes dos grupos que se apresentaram, em performances dinâmicas que trouxeram mensagens de paz aos presentes. A proposta reuniu desde umbandistas da velha guarda até apreciadores da cultura afro-brasileira sem qualquer vínculo religioso com a organização do evento.

“As apresentações são variadas e reúnem desde grupos tradicionais, formados para tocar dentro dos templos, nos rituais de umbanda, até grupos profissionais vinculados à cultura afro-brasileira”. Além de valorizar artistas de várias partes do Brasil, a festa de cores, ritmos, luzes e danças também contou com apresentações de Curimbas - grupos musicais legítimos de terreiros - de Bauru e região. Para prestigiar as atrações, caravanas vieram de cidades como Curitiba, Rio de Janeiro, Balneário Camboriú, Brasília e São Paulo, além de inúmeras cidades da região.

fonte:  http://www.jcnet.com.br/detalhe_geral.php?codigo=218583

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

As Características Dos Filhos De Oxalá

Oxalá - Orixá cultuado no Candomblé - veja  as característicasVejamos as Características dos filhos de Oxalá. Os filhos de Oxalá, são pessoas tranqüilas, com tendência à calma, até nos momentos mais difíceis; conseguem o respeito mesmo sem que se esforcem objetivamente para obtê-lo. São amáveis e pensativos, mas nunca de maneira subserviente. Às vezes chegam a ser autoritários, mas isso acontece com os que têm Orixás guerreiros ou autoritários como adjutores (ajuntós).
São muito dedicados, caprichosos, mantendo tudo sempre bonito, limpo, com beleza e carinho. Respeitam a todos mas exigem ser respeitados.
Sabem argumentar bem, tendo uma queda para trabalhos que impliquem em organização. Gostam de centralizar tudo em torno de si mesmos. São reservados, mas raramente orgulhosos.
Seu defeito mais comum é a teimosia, principalmente quando têm certeza de suas convicções; será difícil convencê-los de que estão errados ou que existem outros caminhos para a resolução de um problema.
No Oxalá mais velho (OXALUFÃ) como é chamando no Candomblé sua tendência se traduz em ranzinzice e intolerância, enquanto no Oxalá novo (OXAGUIÃ) tem um certo furor pelo debate e pela argumentação.
Para Oxalá, a idéia e o verbo são sempre mais importantes que a ação, não sendo raro encontrá-los em carreiras onde a linguagem (escrita ou falada) seja o ponto fundamental.
Fisicamente, os filhos de Oxalá tendem a apresentar um porte majestoso ou no mínimo digno, principalmente na maneira de andar e não na constituição física; não é alto e magro como o filho de Ogum nem tão compacto e forte como os filhos de Xangô. Às vezes, porém, essa maneira de caminhar e se postar dá lugar a alguém com tendência a ficar curvado, como se o peso de toda uma longa vida caísse sobre seus ombros, mesmo em se tratando de alguém muito jovem.
Para que o filho de Oxalá tenha uma vida melhor, deve procurar despertar em seu interior a alegria pelas coisas que o cerca e tentar ceder à sua natural teimosia. 

Fonte: http://juntosnocandomble.blogspot.com/2011/11/vejamos-as-caracteristicas-dos-filhos.html

sábado, 19 de novembro de 2011

O SANTUARIO NACIONAL DA UMBANDA - PAI RONALDO LINARES

O Santuário Nacional da Umbanda, esta situado na cidade de Santo André, no bairro do Montanhão, onde foi uma antiga pedreira. Acreditem, era pedra pura aquele local! Conforme nos explicou Pai Ronaldo Linares, presidente da FUGABC e responsável pela manutenção e preservação do Santuário, a cerca de 40 anos atrás a região onde se localiza o Santuário da Umbanda era, nada mais nada menos, que uma grande pedreira, que já vinha sendo explorada há muitos anos. Quando começou a cuidar desta área, que era uma grande cratera, resultado da exploração local, Pai Ronaldo conta que foi preciso plantar cada muda existente hoje lá. Foi feito um verdadeiro REFLORESTAMENTO no local, pois não existiam plantas, árvores e nem mesmo queda de água.
Hoje as duas cachoeiras que estão livres para acesso são resultados do desvio de um pequeno córguinho que corria atrás da montanha, e com a extração de pedras do local acabou por tornar-se duas quedas d´agua, duas cachoeiras.
O santuário da Umbanda, dispõe de estacionamento amplo, sanitários, lanchonete, loja de artigos religiosos e áreas para realização de trabalhos espirituais, são tendas de vários tamanhos, distribuídas em todo o Santuário, mais de 140 tendas, sendo algumas delas para locação avulsa e outras são de locação fixa.
Pai Ronaldo Linares mantém no Santuário da Umbanda um laboratório botânico, onde são preparadas mudas para plantio, e caso você passe por lá, vale dar uma atenção especial às colunas onde estão os Orixás, ao redor e atrás de cada uma, foi plantada a planta correspondente ao Orixá em questão, sendo algumas trazidas de longe, por não serem nativas da região, como é o caso dos “dendezeiros” que ficam ao redor do vale onde estão localizadas as imagens dos Orixás. Ao redor de toda a propriedade existem plantas todas em correspondência com o Orixá próximo à cerca.
Existe um barracão onde esta sendo atualmente montado a imagem de Oxalá, com de 15 metros de altura, que em breve estará ocupando um lugar de destaque no topo do vale.
São feitas restaurações e criação de imagens neste barracão, tudo mantido pelos frequentadores e pela FUNGABC.
Por incrível que pareça, quando fomos fazer a visita no Santuário da Umbanda, Pai Ronaldo enquanto descrevia com riqueza de detalhes, sobre como foi a construção do Santuário, comentou em dado momento que mesmo fazendo reflorestamento local, criando toda aquela área verde, sem a ajuda da prefeitura e de empresas privadas, apenas com seus colaboradores, buscando em determinadas épocas mudas de plantas na serra a caminho do mar, foi multado por solicitar a ajuda de um funcionário, para tirar uma árvore que havia caído e estava obstruindo a passagem na estrada. O detalhe é que o funcionário não derrubou a árvore, apenas desobstrui a passagem partindo uma árvore que já estava tombada devido à chuva e vendaval.
Vale lembrar que o Santuario da Umbanda dispõe de seguranças uniformizados e apaisana, sendo um local seguro e muito amplo para realização de trabalhos, oferendas e etc.
Estas são apenas algumas fotografias do santuário da Umbanda, entrem no site www.jornaldeumbanda.com.br e no menu GALERIA DE FOTOS E VIDEOS, e veja as demais fotografias do Santuário, juntamente com uma entrevista cedida pelo Pai Ronaldo Linares ao Pai Rubens Saraceni, a respeito da criação e conservação do Santuário, mais um patrimônio da Umbanda.
 






















 
 
 

Adeptos da Umbanda e Candomblé se dizem vítimas de preconceito do evangélico

Matéria da IstoÉ diz que segundos os seguidores da umbanda e do candomblé se dizem vítimas de preconceito, sobretudo dos evangélicos, e a Justiça e a polícia não estão preparadas para lidar com o crime.-Clique, leia e comente o post…
Uma característica atribuída ao povo brasileiro é a tolerância religiosa. O caldeirão de culturas que formou o País teria propiciado a

LISTA Terreiro em São Gonçalo (RJ): um dos 847 mapeados somente na região metropolitana da capital
convivência harmônica entre os diferentes credos, ao contrário de outras nações onde violentas disputas derramam sangue inocente. Na prática, porém, a realidade é outra. Seguidores das religiões afro-brasileiras sempre conviveram com a desconfiança alheia. Nos últimos tempos, há indícios de que a situação se agravou. Somente no Rio de Janeiro, são contabilizados, por ano, quase 100 casos de agressões morais ou físicas envolvendo intolerância religiosa em relação aos praticantes de umbanda e candomblé. “Em sua maioria esmagadora, os ofensores são membros das igrejas neopentecostais”, afirmou à ISTOÉ Henrique Pêssoa, delegado da 4a DP, no centro da cidade, que há três anos recebeu uma designação especial e pioneira no Brasil para cuidar de casos que envolvem crimes de viés religioso.
“Cada neopentecostal tem a missão de ganhar adeptos, é uma obrigação religiosa, daí o proselitismo. A missão é clara: divulgar e converter”, explica a antropóloga da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Sonia Giacomini, que pesquisa o tema há 20 anos. Ela diz que o intuito de arrebanhar mais e mais fiéis é bastante organizado. “Existe uma certa logística. Por exemplo, uma igreja é instalada onde havia um cinema pornô, pois ali seria uma área especial para fazer uma conversão, cheia de pessoas vulneráveis”, apontou.

PRECONCEITO Chamada de “macumbeira safada”, Elisângela Queiroz não conseguiu registrar a ocorrência numa delegacia
O problema é que a busca por fiéis transforma-se, às vezes, em perseguição. Na Ilha do Governador, na zona norte, há denúncias na 4ª DP de representantes de religiões afrobrasileiras contando que terreiros (os locais onde são realizadas as cerimônias de umbanda e candomblé) estavam sendo destruídos e seus líderes escorraçados da Ilha por traficantes evangélicos neopentecostais. “Ali, criamos a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) porque era extremamente necessário”, diz Ivanir dos Santos, membro da comissão. Este e outros 39 casos em todo o País foram denunciados em um relatório produzido pelo grupo que reúne 12 religiões e entregue ao presidente do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, Martin I. Uhomoibai.
Entre as denúncias, está a da Associação da Resistência Cultural Afro-Brasileira Jacutá de Iansã, que não conseguiu abrir conta-corrente na agência Abílio Machado da Caixa Econômica Federal, em Belo Horizonte (MG). Os diretores contam que esperaram quatro meses para receber a seguinte resposta: o banco é livre para abrir conta de quem quiser, e não queria a associação como correntista. Em São Paulo, a Associação Beneficente de Oyá e Ogun acusa a prefeitura de discriminação por ter lacrado sua sede no bairro de Santa Mariana, sob a alegação de desrespeitar o zoneamento. Segundo eles, o desrespeito se deve unicamente ao fato de eles estarem no local. Até na considerada sincrética Salvador (BA), a prefeitura foi denunciada por ter destruído parcialmente o terreiro Oyá Onipo Neto no bairro de Imbuí. No processo, diz que o terreiro era vizinho à propriedade de um funcionário da prefeitura que não gostava da proximidade com o templo. Os três casos ocorreram em 2008 e ainda estão sendo investigados.
No Rio, um dos terreiros mais antigos do País, de 1908, foi derrubado recentemente. Funcionava no município de São Gonçalo, não muito longe da capital, em uma pequenina casa, que foi posta abaixo para a construção de um galpão. A iniciativa da demolição foi do dono do imóvel, o militar Wanderley da Silva, 65 anos, que desconhecia a importância do endereço. O problema, segundo lideranças religiosas regionais, não foi o ato dele e, sim, o da prefeita de São Gonçalo, Maria Aparecida Panisset (PDT), que teria ignorado os pedidos de umbandistas para salvar o local tombando-o. A prefeitura expediu uma nota dizendo que nada poderia fazer porque a casa era particular. Mas outro caso envolvendo a prefeita Maria Aparecida, que é frequentadora da Primeira Igreja Batista Renovada, provoca dúvidas entre os religiosos.
Maria Aparecida estaria forçando a desapropriação de um local onde funciona outro histórico terreiro, o Centro Espírita Caboclo Pena

NA MIRA Cristiano Ramos, diante do Centro Espírita Caboclo Pena de Ouro, no Rio de Janeiro, que pode ser desapropriado
de Ouro. O presidente da Casa, Cristiano Ramos, diz que a explicação oficial é a construção de um Complexo Poliesportivo no local – embora haja um centro esportivo com características semelhantes na região. O caso virou, em abril, uma disputa judicial. “Tentei negociar várias vezes, mas ninguém quis me ouvir”, diz Ramos, que alega não ter recebido informações sobre indenização até agora. Procurada por ISTOÉ, a prefeitura não deu retorno.
Muitas iniciativas para combater a perseguição ainda dependem de apoio governamental. Por exemplo, o tombamento de templos – que são pedidos e não são atendidos pelas prefeituras –, a morosidade na apuração de denúncias de perseguição e a falta de providências contra policiais que se recusam a investigar casos de intolerância. Para o delegado Henrique Pêssoa, saber a abrangência exata desse tipo de crime, que tem pena de um a três anos de reclusão e multa, é quase impossível. Os registros raramente são feitos de maneira correta e, além disso, a lei não costuma ser cumprida. A bancária Elisângela Queiroz descobriu isso na prática. Chamada de “macumbeira safada” por um colega de trabalho, ela procurou uma delegacia, mas recusaram o registro da ocorrência. “Chegaram a me dizer que era apenas uma briguinha”, contou ela.
Pesquisa recente da Fundação Getulio Vargas aponta que 0,35% da população declarou ser praticante de religiões afro-brasileiras. O teólogo Jayro de Jesus acredita que é muito mais e até estima um crescimento de quase 70% no número de terreiros nos últimos 30 anos. “Acho que as pessoas estão sendo segregadas e, por isso, não tiveram a altivez de se autodeclarar nos censos”, afirma. Ele faz parte do grupo que está discutindo o mapeamento dos terreiros existentes no Brasil, com apoio da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. A expectativa é de que os trabalhos comecem no início do próximo ano e durem até 2013. Em um levantamento feito em 2011, foram localizados até agora, somente na região metropolitana do Rio, 847 terreiros. Com os dados obtidos, o próximo passo será a implementação de um Plano Nacional de Proteção Religiosa. Para impedir a propagação de conflitos movidos pela religião, é preciso agir rápido.
NOTA: O respeito a crença e religiões tem que existir de todas as partes, para nós que somos Cristãos Evangélicos Protestantes devemos esperar no Senhor, que Ele através do Espírito Santo prepara o momento e a hora certa para evangelizarmos, pois evangelizar não é ofender e sim amar o próximo, mesmo que ofensas só gera ofensas. E isso não procede de Deus. Amém…

Fonte: http://www.odiario.com/blogs/inforgospel/2011/11/08/adeptos-da-umbanda-e-candomble-se-dizem-vitimas-de-preconceito-do-evangelicos/